O início do ano letivo se aproxima, você já separou seus melhores slides, já relembrou todas as novas ferramentas que aprendeu a usar com o ensino remoto, já até tem pronta sua saudação para reencontrar seus alunos, mas… e o planejamento de aula, será que esse está em dia?
Vamos repensar a execução do planejamento?
Antes que você já responda “sim” e risque essa atividade do seu checklist, decidimos convidar a todos os professores e professoras a repensarem a execução do planejamento e perguntarem a si mesmo com honestidade: eu estou realizando um bom planejamento de aula?
Antes de apresentarmos alguns métodos que podem auxiliar nessa resposta, conversemos então sobre a importância do ato de planejar. Para o doutor em educação Celso Vasconcellos, o planejamento deve ser compreendido como um instrumento capaz de intervir em uma situação real para transformá-la, sendo assim, ele é um recurso necessário para que consigamos atingir objetivos específicos, caso contrário só nos resta o improviso.
A principal função do planejamento é fazer com que a prática seja direcionada e mais efetiva. Não queremos dizer aqui que há algo de errado com o improviso, inclusive essa é uma habilidade mais que bem-vinda no cotidiano dos docentes, no entanto, quando a aula se desenvolve dessa maneira e as escolhas das atividades possuem um “quê” de aleatoriedade, é mais provável que elas não constituam significado para a aprendizagem dos alunos.
Não queremos dizer também que o ato de planejar seja mágico e milagroso, porém, ele é a garantia de uma prática mais concisa e consciente, aumentando as chances do aprendizado se dar de maneira mais completa e transformadora.
Ainda considerando a perspectiva de Vasconcellos, o planejamento é um ato político-pedagógico porque revela intenções, ou seja, o nosso planejamento de aula revela mais do que apenas o conteúdo que pretendemos trabalhar no dia, mas expõe também nossas concepções de educação.
Agora, retomando a reflexão inicialmente proposta: afinal de contas, o que define um bom planejamento? Um bom planejamento é aquele que tem bem definido um objetivo, que leva em consideração as necessidades e principais dificuldades apresentadas pela turma e que conta com uma avaliação de verificação da aprendizagem, que requer escolha de uma atividade assertiva e alinhada ao objetivo inicial. É em decorrência desses motivos que muitas vezes planejamentos que se apoiam em materiais pré-existentes demonstram lacunas e fragilidades, pois eles frequentemente não permitem a atualização à realidade dos alunos.
Vamos para a prática?
Bom, para ajuda-los na adequação de seus planejamentos à proposta descrita acima, trouxemos abaixo duas tabelinhas simples que podem norteá-los:
|
OBJETIVO DA AULA ¹
|
|
|
ATIVIDADE DE VERIFICAÇÃO ²
|
|
¹. Os objetivos são caracterizados por verbos, que expressam a finalidade da aula, aquilo que desejamos que seja aprendido. É melhor ainda se nesse campo estiver discriminada a habilidade, de acordo com a BNCC, que será trabalhada.
². A atividade de verificação está ligada aos objetivos de aprendizagem, através dela que se tem maior clareza do que se quer atingir, permitindo inclusive um replanejamento das próximas ações.
| Ações previstas pelo professor | Reações esperadas dos estudantes | Recursos utilizados | Tempo previsto |
|
|
|||
|
|
|||
|
|
Os modelos acima são apenas esboços simples para que você, professor ou professora, consiga estruturar melhor os aspectos essenciais que devem ser priorizados em um bom planejamento, sendo assim, sinta-se à vontade para modificá-los e enriquecê-los de acordo com as necessidades de seus projetos.
No entanto, o que gostaríamos de ressaltar aqui é a importância de que nunca se perca de vista três etapas fundamentais desse processo:
1. Elencar as habilidades que você pretende que seu aluno seja capaz de desenvolver até o final da aula
2. Escolha de uma atividade que recrute a habilidade escolhida
3. Um momento para verificação da aprendizagem.