Estamos atravessando uma época em que quase tudo pode ser completamente transformado pela tecnologia. O mundo digital mudou a forma como nos relacionamos e até como nosso cérebro funciona. Isso tem enormes implicações práticas, inclusive no lugar onde acontece grande parte da formação das pessoas: a escola. Os professores não ocupam mais o lugar de exclusivos multiplicadores do conhecimento. A tecnologia possibilitou uma enorme democratização a informações e dados antes restritos a pessoas do meio político, acadêmico ou empresarial.
O Movimento Todos pela Educação e parceiros publicaram, recentemente, os resultados da pesquisa “O que pensam os professores brasileiros sobre a tecnologia em sala de aula?” As conclusões mostram revelações importantes:
- São 92% os professores que usam tecnologia para apresentar o conteúdo em sala de aula, sendo que 25% usam sempre e 47% usam às vezes;
- O segundo motivo para o uso de ferramentas tecnológicas é a avaliação dos alunos para 44% das pessoas entrevistadas;
- Apenas 33% diz ter facilidade no uso de tecnologias e só 11% acreditam que esse uso melhora o desempenho dos alunos;
- Esses últimos dados estão fortemente relacionados à falta de formação e de infraestrutura adequada: 62% disseram que nunca passaram por qualquer formação na área e 66% afirmam que os equipamentos são insuficientes;
- Mais da metade diz que usaria com mais frequência se as condições fossem mais favoráveis.
Hoje e no futuro, ao contrário do que acreditam os que dizem que os professores serão substituídos por máquinas, o papel dos docentes seguirá firme, sendo essencial para a formação e preparação de crianças e jovens para um mundo com mudanças cada vez mais aceleradas e com acesso ampliado a todos os tipos de informações. Os professores continuarão sendo os facilitadores da jornada educacional, auxiliando os alunos para que consigam criar a melhor maneira de utilizar ferramentas, recursos e fontes para aprimorar o processo de ensino/aprendizagem.
O foco da gestão educacional deveria ser, portanto, em aspectos como infraestrutura e formação continuada. Assim, os professores poderiam começar a enxergar mais estratégias pedagógicas no mundo que os cerca, e a prática seria constantemente evoluída no próprio cotidiano da escola.